domingo, 20 de março de 2011

Nessun Dorma


Bom... as vezes é ótimo conhecermos novos horizontes, desenvolver gostos diferentes do conhecido “popular”. Hoje estive assistindo uma sensacional apresentação de ópera (isso mesmo que você leu: uma ópera), chamada Turandot. Detalhe, esta foi a primeira vez que eu realmente assisti (mesmo que na tela do computador).
Turandot, última ópera de Giacomo Puccini, composta de três atos, baseado numa peça de Carlo Gozzi com adaptação de Friedrich Von Schiller. Estreou em 25 de Abril de 1926. Esta ópera ficou inacaba por causa da morte do autor, a 29 de novembro de 1924, sendo completada por Franco Alfano.
Turandot narra a história do príncipe Calaf, da princesa Turandot (filha do imperador) e de Liu (escrava). A princesa por vingança de estrangeiros terem matado uma de suas ancestrais, não quer saber de se apaixonar e propõe que aquele que desejar desposá-la deverá responder a três enigmas. Quem não conseguir é morto e a sua cabeça é exposta sobre a muralha.
Durante uma das execuções, Liu pede que ajudem seu pai que ficou ferido no tumulto que ocorreu na praça de execuções quando surge o Príncipe desconhecido que reconhece no velho seu pai, o rei Timur. Liu, na verdade uma escrava do antigo rei, reconhece que ele é na verdade o príncipe Calaf, a quem amava em segredo. Após o reencontro, Turandot aparece nas muralhas e Calaf fica apaixonado. Resolve que irá casar com ela e bate no gongo que anuncia o desejo de um pretendente. Todos tentam tirar essa idéia dele mas ele insiste. Responde aos enigmas e a princesa fica contrariada. Ele propõe que ela poderá matá-lo se descobrir o seu verdadeiro nome até ao dia seguinte. Ela desespera, manda que todo o reino não durma essa noite para descobrir o nome do príncipe desconhecido.

No dia seguinte foram presos o velho rei e Liu. Começam a ser torturados para revelar o nome do jovem. Liu, para salvar o rei, diz que sabe o nome e quando tentam que fale ela pega um punhal de um soldado e se mata. Calaf e Turandot se encontram e o príncipe diz seu verdadeiro nome para que ela o revele. Ela se dá por vencida e os dois aparecem com ela revelando que o nome dele é amor e terminam abraçados.
É incrível como os personagens vivem cada momento, soltando a voz, sem sair do tom, a orquestra toca impecavelmente e nossos ouvidos simplesmente agradecem...
Uma das músicas... se é que posso chamá-la assim, que em minha opinião é fantástica, é o tema Nessun Dorma (Ninguém durma). Este é o momento em que a princesa se desespera, manda que todo o reino não durma essa noite para descobrir o nome do príncipe desconhecido.

 
Nessun Dorma
Nessun dorma! Nessun dorma!
Tu pure, o, Principessa,
nella tua fredda stanza,
guardi le stelle
che tremano d'amore
e di speranza.

Ma il mio mistero e chiuso in me,
il nome mio nessun saprá!
No, no, sulla tua bocca lo diró
quando la luce splenderá!

Ed il mio bacio sciogliera il silenzio
che ti fa mia!

(Il nome suo nessun saprá!...
e noi dovrem, ahimé, morir!)

Dilegua, o notte!
Tramontate, stelle!
Tramontate, stelle!
All'alba vinceró!
vinceró, vinceró!


Ninguém durma! Ninguém durma!
Tu também, ó princesa, na tua fria alcova olhas as
Estrelas que tremulam de amor e de esperança!
Mas o meu mistério está fechado comigo,
O meu nome ninguém saberá!
Não, não, sobre a tua boca o direi,
Quando a luz resplandescer!
E o meu beijo destruirá o silêncio que te faz minha!

O seu nome ninguém saberá ...

E nós deveremos, ai de nós, morrer!
Morrer!

Desvaneça, ó noite!

Desapareçam, estrelas!
Desapareçam, estrelas!
Pela manhã vencerei!
Vencerei! vencerei!

Acho que consigo entender porque muitas pessoas se tornam tão críticas quando aguçam o gosto pela música clássica.

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